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Desastres climáticos no Brasil causam impactos severos na biodiversidade

Pantanal e Amazônia são biomas fortemente impactados por eventos climáticos extremos como a seca observada nos últimos meses


Os desastres climáticos no Brasil estão se intensificando, levando especialistas a trabalhar contra o tempo para avaliar os danos à fauna e flora. Com enchentes e incêndios devastando ecossistemas sensíveis, os impactos sobre a biodiversidade tornam-se cada vez mais alarmantes.


Enquanto chuvas fortes causam inundações históricas no Rio Grande do Sul, a seca extrema no Pantanal e na Amazônia agrava incêndios florestais, ameaçando milhares de espécies em todo o país.


Pantanal e Amazônia


O Sul do Brasil enfrenta enchentes devastadoras, enquanto a região Centro-Oeste, especialmente o Pantanal, sofre com uma seca extrema que favorece a propagação de incêndios. O Pantanal, um dos ecossistemas mais ricos em biodiversidade do planeta, enfrenta há mais de quatro anos uma escassez de chuvas, resultando em uma extensão de incêndios 54% maior em 2024 do que em 2020, um ano já crítico.


seca no Pantanal
Os desastres climáticos no Brasil, como seca extrema, ameaçam a biodiversidade - Foto: Reprodução/Web

O impacto desses incêndios sobre a fauna é catastrófico. Animais pequenos, como tamanduás e gambás, têm pouca chance de escapar das chamas. Embora grandes predadores, como as onças-pintadas, consigam detectar a fumaça e se afastar, muitos ainda são vítimas de focos de incêndio subterrâneos, que geram braseiros ocultos e letais. Os gases tóxicos produzidos pelos incêndios também representam uma séria ameaça para os animais que conseguem escapar.


Segundo estimativas do ICMBio, cerca de 75 milhões de animais vertebrados e 4,6 bilhões de invertebrados foram diretamente impactados pelos incêndios no Pantanal em 2020. Os efeitos desses desastres climáticos continuam a ser sentidos, com muitas espécies lutando para se recuperar completamente.


Mudanças Climáticas


O bioma amazônico enfrenta mudanças drásticas. Cheias e secas, que antes eram parte do ciclo natural da região, agora ocorrem de maneira descontrolada, ameaçando a sobrevivência de espécies endêmicas. Em Tefé, Amazonas, os botos, símbolos da biodiversidade local, enfrentaram grandes perdas durante a seca de 2023, com uma média de uma morte registrada por dia em 2024.


Darlene Gris, pesquisadora do Instituto Mamirauá, afirma que essas mortes indicam as severas pressões ambientais que as espécies amazônicas enfrentam. A dispersão de frutos, dependente das cheias regulares dos rios, está sendo comprometida, colocando em risco a alimentação de muitas espécies. "Se essas cheias não ocorrem, como isso impactará a flora e, consequentemente, a fauna que dela depende?", questiona Gris.


Desafios e Urgência de Ações


As secas extremas também alteram o comportamento das espécies vegetais, permitindo que plantas generalistas ocupem áreas anteriormente habitadas por espécies mais especializadas. Isso pode levar à perda de biodiversidade, com espécies vulneráveis sendo gradualmente substituídas.


Segundo o relatório “Planeta Vivo 2024: Um Sistema em Perigo”, da WWF, que você pode ler aqui, o mundo perdeu 73% de sua biodiversidade nos últimos 50 anos, com a América Latina e o Caribe registrando uma queda média de 95% nas populações de animais selvagens. Esses dados ressaltam a urgência de ações de proteção ambiental.


Embora a recuperação da vegetação e do solo seja um processo demorado, a proteção e restauração da vegetação nativa, especialmente em áreas vulneráveis, são essenciais para mitigar futuros desastres climáticos. Combater incêndios e criar programas de conservação que protejam as espécies mais ameaçadas são prioridades nas regiões afetadas.


O monitoramento contínuo dos impactos climáticos é crucial. “Falta mão de obra para acompanhar os danos causados pela seca e incêndios”, alerta Gris, destacando que muitos efeitos só se tornam visíveis a longo prazo.


A resposta a esses desafios exige esforços integrados de governos, ONGs e instituições científicas. Medidas de adaptação às mudanças climáticas, com foco na restauração de ecossistemas degradados e proteção da vegetação nativa, são fundamentais para assegurar a resiliência ambiental e social.


A conscientização da população sobre a importância da biodiversidade e os riscos da degradação ambiental também é crucial para promover a proteção dos ecossistemas brasileiros.



Da Redação com BrasilAmazônia

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