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Eleições 2024: entre tiros e cadeiradas, violência contra políticos aumenta no país

Foram 128 casos de violência contra lideranças políticas, o dobro do registrado no primeiro trimestre


A violência eleitoral não é um fenômeno isolado, e os números estão aí para comprovar. Dados recentes do boletim trimestral do Observatório da Violência Política e Eleitoral, revelam que, entre abril e junho deste ano, foram registrados 128 casos de violência contra lideranças políticas, um aumento superior a 100% em relação ao trimestre anterior. Este cenário preocupa, especialmente à medida que nos aproximamos das eleições de 2024.


Aumenta número de casos de violência contra lideranças políticas nas eleições 2024
Nas eleições 2024, a violência dobrou em relação ao primeiro trimestre - Foto: Freepick

A região Sudeste é a mais afetada, com 47 casos, representando 36,7% do total. São Paulo se destaca como o estado mais violento, contabilizando 21 casos, seguido pela Bahia e pelo Rio de Janeiro, com 15 registros cada. As formas de violência incluem insultos, ameaças, agressões físicas e homicídios — com 25 episódios de assassinato registrados, sendo o Rio de Janeiro responsável por seis desses casos.


Um dos incidentes mais trágicos ocorreu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde o candidato a vereador Joãozinho Fernandes, do Avante, foi morto a tiros após realizar uma caminhada de campanha. Para Jean Menezes de Aguiar, especialista em segurança e professor da FGV, a crescente violência reflete uma sociedade marcada por uma cultura de homicídios que ultrapassa 60 mil casos anuais no Brasil.


Menezes também destaca a crescente infiltração do crime organizado na política, com a presença de facções como o PCC tornando-se um elemento relevante nas eleições. O acirramento da polarização política, que se intensificou nas últimas eleições, está gerando um ambiente propício para a agressividade e a violência. Ele cita o exemplo de José Luiz Datena, que, durante um debate, protagonizou um episódio de violência ao agredir um oponente, refletindo a normalização da agressão na política.


Em resposta a esse cenário alarmante, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou o envio da Força Federal para 12 estados, a fim de garantir a segurança no dia das eleições de 2024. Entre os estados que receberão apoio estão Acre, Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Maranhão e Tocantins. A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, afirmou que essas medidas são essenciais para assegurar um processo eleitoral ordeiro e o livre exercício do voto.



Da Redação com Brasil61

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