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Especialistas alertam para perigo das propagandas de remédios milagrosos nas redes sociais

Entre os principais tópicos dessas propagandas estão tratamentos para diabete, saúde sexual, emagrecimento e problemas de visão


Nos últimos anos, a desinformação na saúde, especialmente sobre remédios milagrosos, cresceu alarmantemente nas redes sociais. João Henrique Rafael Junior, analista de Comunicação do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP, vem monitorando esse fenômeno desde 2019, quando foi criada a União Pró-Vacina (UPVacina). Ele observa que o Facebook se tornou um terreno fértil para anúncios de produtos sem comprovação científica.

imagem "é fake"
Cresce a preocupação com a propaganda de remédios "milagrosos" nas redes sociais - Reprodução/Web

"Essas propagandas passaram de conteúdo orgânico para modelos patrocinados, onde muitos lucram com anúncios que colocam vidas em risco", alerta Rafael Junior. A equipe, utilizando a Biblioteca de Anúncios da Meta, registrou 513 campanhas em dois dias de setembro, muitas delas promovendo tratamentos para diabetes, saúde sexual, emagrecimento e problemas de visão, sem autorização dos órgãos reguladores.


A proliferação dessas campanhas é impulsionada pela inteligência artificial (IA), que transforma conteúdos estáticos em vídeos manipulados. Isso resulta em uma produção em massa de anúncios, com alguns usando a imagem de personalidades respeitadas, como o médico Drauzio Varella, para ganhar credibilidade. Um estudo revelou que 27,5% dessas propagandas utilizam sua imagem, junto com outras figuras públicas, para parecerem autênticas.

famosos são usados como propagandas enganosas nas redes
Propagandas enganosas usam imagem de famosos para vender mais - Reprodução/USP

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), intensificou o monitoramento de publicidade irregular desde 2021, rastreando mais de 100 milhões de páginas, das quais 200 mil continham conteúdos ilegais. Apesar do esforço, a dificuldade em identificar essas postagens como publicidade nas redes sociais persiste.


Cerca de 83% dos anúncios são em formato de vídeo, e 62% deles contêm manipulações com informações falsas. Isso resulta em uma estratégia arriscada, pois 96% dos anúncios direcionam usuários para conversas no WhatsApp, aumentando o risco de golpes e venda de produtos duvidosos. O impacto é profundo, com muitos abandonando tratamentos convencionais em favor de soluções milagrosas, como medicamentos que prometem curar diabetes ou problemas de visão.


Para especialistas, é urgente que as plataformas digitais sejam responsabilizadas e que campanhas de conscientização sobre desinformação na saúde sejam ampliadas.


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