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Estudo Revela Que Bets Causam Prejuízo Bilionário ao Comércio

O governo federal formou um grupo para investigar o uso do cartão Bolsa Família em apostas online e apresentará uma proposta de restrição até o dia 2 de outubro


Levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que as bets, plataformas de apostas esportivas, podem gerar um prejuízo anual de R$ 117 bilhões aos estabelecimentos comerciais no Brasil.


Famílias ficam endividadas com apostas online nas chamadas bets
As bets causam prejuízo de R$ 117 bi por ano, diz estudo - Foto: Reprodução/Web

Os dados do estudo, divulgados recentemente, mostram que, entre junho de 2023 e junho de 2024, os brasileiros gastaram R$ 68 bilhões em bets. Esse montante representa 0,62% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e 0,95% do consumo total no período.


Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, explicou: "Cada venda perdida no varejo resulta em perdas que vão além do valor da venda, devido aos custos fixos. Se uma loja costumava faturar R$ 1.000 por semana e agora fatura R$ 500, o impacto é muito maior, resultando em uma perda potencial de R$ 117 bilhões ao ano com a escalada de gastos em apostas."


O estudo baseou-se no Balanço de Pagamentos do Banco Central, que registra as operações realizadas no país. "Na série de dados oficial, é possível observar os gastos das famílias com bets", acrescentou Tavares.


Além disso, o levantamento alerta que os gastos com plataformas de apostas podem levar as famílias à inadimplência, impactando negativamente o consumo no varejo. A atuação das bets no Brasil foi regulamentada pela Lei Federal 13.756, de 2018. Desde então, essas plataformas têm crescido significativamente, investindo em publicidade e patrocinando clubes de futebol.


O estudo destaca que uma parte significativa do aumento nos gastos com bets está relacionada ao crescimento das modalidades de cassino online. "Antes do sucesso do Jogo do Tigrinho, os gastos eram de cerca de R$ 2 bilhões. Com a popularização dos cassinos online, esse valor subiu para R$ 68 bilhões, estimando-se que pelo menos 80% dos gastos sejam com cassinos online", afirmou Tavares.

Perfil do Apostador e Impacto Social


Os dados da CNC, em colaboração com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), revelam que o público das plataformas de cassino online é predominantemente feminino, enquanto os homens lideram nas apostas esportivas. A popularidade do Jogo do Tigrinho entre mulheres é motivo de preocupação, especialmente porque os benefícios sociais são frequentemente direcionados a esse público.


Em agosto, o Banco Central revelou que beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets via transferências Pix, o que levou o governo a considerar aumentar a regulamentação sobre essas plataformas.

Regulamentação e Cassinos Físicos


A CNC também apresentou uma ação indireta de inconstitucionalidade ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a regulamentação das bets no Brasil, reiterando seu apoio à criação de cassinos físicos, que geram emprego e renda. A confederação estima que cassinos físicos poderiam gerar até R$ 22 bilhões em impostos anualmente e criar 1 milhão de empregos diretos e indiretos, enquanto as bets online geram apenas R$ 12 bilhões em impostos.


O "Basta"


Na última sexta-feira (27), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se pronunciou sobre as apostas online, após o presidente Lula sugerir que o governo implementasse medidas de controle sobre esse tipo de jogo e limitasse o uso do cartão do Bolsa Família para apostas. Haddad afirmou que “chegou a hora de colocar ordem nisso e proteger a família brasileira”.


Segundo o ministro, a regulamentação proposta visa coibir a lavagem de dinheiro e o endividamento das famílias. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) anunciou a criação de um Grupo de Trabalho para investigar o uso do cartão Bolsa Família em apostas online. Esse grupo atuará em conjunto com a Rede Federal de Fiscalização, visando apresentar uma proposta de restrição ao uso inadequado dos recursos até 2 de outubro, com a colaboração dos Ministérios da Fazenda, Saúde e Casa Civil.



Da Redação com Agência Brasil

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