Mauro Cid presta novo depoimento à Polícia Federal e delação premiada pode ser comprometida
O ex-ajudante de ordens poderá ser alvo de um pedido de rescisão da colaboração, que não anularia a delação, mas cancelaria os benefícios
O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestará novo depoimento à Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (19/11), em Brasília. Cid, que firmou um acordo de delação premiada após ser preso no âmbito das investigações sobre fraudes em certificados de vacinação contra a covid-19, pode enfrentar um novo revés caso a PF comprove que ele não cumpriu as obrigações do acordo. Mensagens recuperadas de seu celular revelaram novos detalhes sobre os eventos que envolvem o ex-presidente Bolsonaro, incluindo o golpe de 8 de janeiro, e o esquema de venda de joias e presentes recebidos de autoridades estrangeiras pelo ex-presidente.
As investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) indicam que Mauro Cid pode ter participado ativamente na elaboração de uma minuta que planejaria ações contra o Poder Judiciário, incluindo a prisão de ministros da Suprema Corte. A PF também encontrou evidências de reuniões com o intuito de impulsionar notícias falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Se a delação premiada de Cid for considerada comprometida, o STF, por meio do ministro Alexandre de Moraes, poderá decidir pela rescisão do acordo. Neste caso, Cid perderia os benefícios da colaboração, como a liberdade provisória, e poderia ser preso novamente. No entanto, o conteúdo da delação não seria anulado e seguiria integrando o relatório final das investigações.
Mauro Cid foi preso inicialmente em maio de 2023, na Operação Venire, que apura a inserção de dados falsos de vacinação no sistema do Ministério da Saúde. Após firmar o acordo de delação premiada, ele foi solto em setembro, mas, em março de 2024, foi novamente detido por descumprimento de medidas cautelares e obstrução de justiça.
O conteúdo das investigações e da colaboração de Mauro Cid continua a ser analisado pelo STF, que está com a conclusão do caso prevista para o final de novembro. A revelação de novas mensagens no celular do ex-ajudante de ordens poderá mudar o rumo da investigação e impactar a validade de seu acordo de delação premiada.
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