Para abastecer cidade, concessionária abre super poço e vai explorar Aquífero Guarani
O novo poço terá cerca de 500 metros e será um dos mais profundos do país
Mesmo com reserva subterrânea dando sinais de esgotamento, a concessionária que explora os serviços de água e esgoto, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Águas Guariroba, está perfurando um super poço, com profundidade de cerca de 500 metros para, segundo a empresa, evitar o desabastecimento de água em alguns bairros da capital. O poço será um dos mais profundos do Brasil.
De acordo com publicação do site Gazeta Trabalhista, uma população de, aproximadamente, 30 mil pessoas, da região do bairro Nova Campo Grande será beneficiada pela exploração do Aquífero.
De acordo com empresa, a obra de perfuração desse super poço resultará em um acréscimo de 1,7 milhão de litros/hora de água produzida. “A estratégia é necessária para garantir o abastecimento, com o aumento da população, o crescimento contínuo da capital e as condições climáticas adversas, podem impactar na distribuição de água. Então esse planejamento resulta no aumento da capacidade de produção, o risco de faltar água ou então ocorrer um racionamento é muito menor.”
“A concessionária vem investindo cada vez mais em tecnologia para ampliar as ações de modernização e produção de água. Os Super Poços demonstram a missão da Águas Guariroba com a melhoria no abastecimento de água”, destaca Gabriel Buim, diretor-executivo da Águas Guariroba, em entrevista ao Gazeta Trabalhista.
Atualmente, a Águas conta com mais uma obra de ampliação, de um novo reservatório no Pênfigo, também em Campo Grande, com capacidade 1 milhão de litros de água, que irá reforçar o abastecimento na região. Hoje o município conta com 107 reservatórios de água, distribuídos nas sete regiões da cidade, resultando em um índice de cobertura de água universalizado, isso significa que 100% da cidade possui acesso a rede de água tratada.
Esgotamento
Ontem, o InffoMix publicou um estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Geociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Rio Claro (SP), revelando que as chuvas não conseguem repor toda a água necessária para garantir a manutenção do Aquífero Guarani, que se estende por áreas do Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país, além de Paraguai, Uruguai e Argentina.
O pesquisador, Didier Gastmans, explicou que o estudo buscou entender a importância da chuva na entrada de águas novas no aquífero, nas áreas de afloramento (superfície), e que foi possível confirmar esse papel.
Ele acompanha o tema desde 2002 e todas as suas pesquisas apontam que os efeitos de superexploração do reservatório são constantes, contínuos e tem piorado com a mudança de distribuição das chuvas na área de afloramento, que alimenta o aquífero.
O geólogo afirma que os indícios de superexploração estão claros no monitoramento dos poços e do nível dos reservatórios, atingindo aqueles próximos das regiões de afloramento, que têm níveis de dois a três metros mais baixos, em média, mas também os grandes poços de exploração para indústria e agronegócio, nos quais o rebaixamento atinge médias de 60 a 70 metros em dez anos.
Da Redação
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