Polícia Federal Lança Operação para Combater Desvio de dinheiro da LIE
A Polícia Federal (PF), em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta segunda-feira (30/09) a Operação Fair Play, uma ação destinada a desarticular uma organização criminosa que desviou recursos da Lei de Incentivo ao Esporte (LIE).
Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal da Justiça Federal em Belo Horizonte, em empresas e residências nas cidades de Belo Horizonte e São Paulo. A operação resultou no bloqueio de aproximadamente R$ 180 milhões em ativos financeiros relacionados aos suspeitos. Além disso, foi imposta a proibição de que as entidades investigadas possam participar da execução de novos projetos esportivos.
As investigações indicam que a organização criminosa é liderada por um ex-servidor do Ministério do Esporte, que teria facilitado o uso indevido de verbas provenientes da renúncia fiscal federal. A Polícia Federal está analisando documentos e informações referentes a projetos executados entre 2019 e 2022 por cinco entidades sem fins lucrativos, quatro delas situadas em Belo Horizonte e uma em São Paulo.
De acordo com a PF, entre 2019 e 2023, essas associações obtiveram autorização para captar recursos que somam mais de R$ 190 milhões, com base na Lei de Incentivo ao Esporte. A investigação revelou indícios de que associações e empresas foram criadas para burlar os limites de projetos que podem ser apresentados por uma mesma entidade.
Além disso, foi identificado um esquema de direcionamento nas contratações de prestadores de serviço e fornecedores, todos ligados aos dirigentes das entidades investigadas. A operação também descobriu a criação de empresas em nome de funcionários e sócios para emitir notas fiscais fraudulentas, simulando a realização de despesas com os recursos arrecadados pela LIE.
Dessa forma, o grupo se apropriava indevidamente de parte dos recursos por meio dessas empresas vinculadas. Foram identificadas também movimentações financeiras que sugerem a prática de lavagem de dinheiro. Os envolvidos poderão ser responsabilizados pelos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Da Redação com Agência Brasil
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